
(André Vilela)
Pobre infeliz que sou
Meu dono me largou
Nasci indefeso
O acaso meu deu o desprezo
Tenho fome e sou sarnento
Me repouso no cimento
Essas feridas me matam de dor
E ainda me olham com rancor
Rancor de eu estar no caminho
Abano o rabo por carinho
E me chamam de pulguento
São todos pobres de espírito, sem sentimentos!
A morte me chama em cada esquina
A rua é minha sina
Sou apenas um cão
Que no lixo procura um pedaço de pão