Conte para o Intelecto

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Cão.



(André Vilela)
Pobre infeliz que sou
Meu dono me largou
Nasci indefeso
O acaso meu deu o desprezo

Tenho fome e sou sarnento
Me repouso no cimento
Essas feridas me matam de dor
E ainda me olham com rancor

Rancor de eu estar no caminho
Abano o rabo por carinho
E me chamam de pulguento
São todos pobres de espírito, sem sentimentos!


A morte me chama em cada esquina
A rua é minha sina
Sou apenas um cão
Que no lixo procura um pedaço de pão